14/06/2023 às 11h14min - Atualizada em 14/06/2023 às 11h14min

Justiça potiguar acata denúncias por lavagem de dinheiro e associação criminosa em operação Plata

Operação Plata: esquema de lavagem de dinheiro investigado envolve dezenas de pessoas

MPRN
A Justiça do Rio Grande do Norte acatou mais duas denúncias do Ministério Público estadual contra 12 pessoas envolvidas em crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa. As acusações estão relacionadas à operação Plata, deflagrada em fevereiro deste ano, em uma ação conjunta entre o Ministério Público do RN, a Polícia Militar local e os Ministérios Públicos de outros sete estados, além do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

De acordo com as investigações conduzidas pelo Ministério Público, durante o período de 2009 a 2021, os denunciados estiveram envolvidos em uma série de atos para ocultar e dissimular a origem de valores provenientes de infrações penais cometidas por Valdeci dos Santos, apontado como a segunda maior liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC), enquanto esteve foragido, e seu irmão, Geraldo dos Santos Filho.

A denúncia também destaca o papel importante da companheira de Valdeci dos Santos na organização criminosa, atuando como intermediária financeira, adquirindo bens móveis e imóveis com recursos ilícitos, além de receber depósitos estruturados para ocultar a origem dos bens.

Segundo o Ministério Público, a companheira de Valdeci movimentou aproximadamente R$ 3.695.975,63 entre 2010 e 2021, sem ter registros de emprego formal ou outras fontes de renda declaradas à Receita Federal. A investigação aponta que ela levava uma vida luxuosa, incluindo a aquisição de veículos de alto valor, como um Honda HR-V e um BMW X1, com valores que totalizam mais de R$ 1 milhão.

Estima-se que o grupo criminoso tenha lavado mais de R$ 23 milhões por meio da compra de imóveis, fazendas, rebanhos bovinos e até mesmo com o uso de igrejas.

A investigação financeira revelou movimentações milionárias de indivíduos sem renda declarada, levantando suspeitas sobre a origem desses recursos. Provas obtidas demonstram que os envolvidos discutiam em grupos de WhatsApp como manter negócios de lavagem de dinheiro ativos mesmo após a prisão de um dos investigados por uso de documento falso.

Valdeci dos Santos já havia sido denunciado em 2020 por organização criminosa e lavagem de dinheiro pelo Ministério Público de São Paulo, sendo apontado como um dos gerentes do tráfico de drogas da facção PCC. O denunciado também era responsável pela construção de casas cofres e participava da movimentação financeira do PCC.

A operação Plata, que resultou nas prisões e busca e apreensão em diversos estados do país, teve início em 2019 com o objetivo de investigar o tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Valdeci dos Santos é considerado uma das principais lideranças do PCC, facção criminosa presente em todo o Brasil e em países vizinhos.

Além das medidas judiciais já adotadas, como o bloqueio de contas bancárias e indisponibilidade de bens, a Justiça determinou a proibição da venda de rebanhos bovinos e de outros ativos adquiridos com recursos provenientes do tráfico de drogas. O caso seguirá como Ação Penal na Justiça potiguar.

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