12/12/2022 às 10h38min - Atualizada em 12/12/2022 às 10h38min

Mossoró: Justiça condena empresa de formatura por descumprimento de contrato

Decisão é da 1ª Vara Cível; indenização paga a estudante por danos morais será de R$ 2 mil, além da restituição de R$ 3,5 mil relativos ao valor pago pelo serviço não realizado

Empresa especializada em eventos de formatura encerrou atividades e terá de indenizar cliente em Mossoró (Reprodução)
A 1ª Vara Cível de Mossoró, ao confirmar liminar anteriormente deferida, condenou empresa especializada em eventos de formatura a indenizar consumidor, por danos morais, no valor de R$ 2 mil. A decisão determina ainda restituição de R$ 3.524,78, correspondente ao valor integral pago, em virtude de inadimplemento do serviço de cerimonial causado pelo encerramento das atividades da prestadora de serviço. Também ficou determinada a resolução do contrato de prestação de serviço.
 
O cliente, um estudante, que ajuizou ação judicial contra a empresa especializada em eventos de formaturas com atuação em Mossoró, narrou que celebrou com a firma, em 28 de março de 2019, contrato para prestação de serviços de organização, produção e cerimonial de formatura. Segundo ele, o pacote correspondia à realização dos eventos de descerramento da placa, ato ecumênico, aula da saudade, cobertura na colação de grau, baile, festa 50% e festa de 365 dias.
 
O autor da ação disse, ainda, que acertou com a empresa o valor de R$ 5.598,00, em 54 parcelas de R$ 103,67, tendo adimplido com 34 parcelas, totalizando o valor de R$ 3.524,78. No entanto, no site da empresa, não consta o pagamento da parcela de janeiro de 2022. A data prevista para realização dos eventos principais seria no primeiro semestre de 2023. Contudo, afirmou que, no dia 30 de janeiro de 2022, a empresa comunicou o encerramento de suas atividades.
 
Conforme o contrato entre as partes, em casos de rescisão unilateral por parte da contratada, este prevê, em sua cláusula 19ª, parágrafo segundo, a restituição de todos os pagamentos efetivados devidamente corrigidos. Contou que a empresa, mesmo com as dificuldades anunciadas, inaugurou uma sede nova com uma estrutura moderna e robusta.
 
O estudante denunciou que, ao longo de toda pandemia, a empresa jamais buscou se reunir com a comissão de formatura que representava a turma do autor, bem como a empresa mudou o domicílio, os meios de comunicação com ela foram desativados e a sede onde funcionava está sem a fachada e encontra-se fechada.
 
Decisão
 
A Justiça concedeu parcialmente a liminar e decretou a revelia da empresa. O caso foi julgado como relação de consumo e foi aplicado o Código de Defesa do Consumidor. Foi considerado não existir controvérsia quanto à celebração do negócio jurídico, mas em relação à restituição dos valores pagos até o momento da falência do credor.
 
O juiz Edino Jales observou que, apesar de o autor ter afirmado que fez o pagamento de 34 parcelas, o documento de consulta ao site da empresa consta apenas 33 adimplidas. Mesmo assim, foi considerado que a parcela de nº 34, relativa ao mês de janeiro de 2022, foi efetivamente paga, como comprovou o autor ao anexar comprovante de pagamento ao processo.
 
Como ficou comprovado que o consumidor suspendeu os pagamentos ao ter conhecimento do encerramento das atividades empresariais da ré, ocorreu a situação de exceção do contrato não cumprido, previsto no Código Civil. O magistrado entendeu que o autor se viu no direito de retenção dos valores vincendos.



Com informações do TJRN

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