18/10/2022 às 11h53min - Atualizada em 18/10/2022 às 11h53min

Moraes dá 48 horas para Ministério da Defesa entregar documentos de eventual auditoria nas urnas

Ministro atendeu a pedido da Rede; partido argumenta que Bolsonaro ataca processo eleitoral; Bolsonaro terá 5 dias para apresentar defesa

Decisão é do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Divulgação)
O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou ao Ministério da Defesa que apresente cópia de documentos sobre eventual auditoria feita nas urnas eletrônicas no primeiro turno das eleições deste ano. Pela decisão, prazo para apresentação é de 48 horas.
 
Alexandre de Moraes tomou a decisão ao analisar um pedido apresentado pelo partido Rede. A legenda argumentou que o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, defendeu em uma "live" que fosse feita auditoria nas urnas e que não fosse pela própria Justiça Eleitoral.
 
Na decisão, Moraes também determina que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) apresente defesa no prazo de cinco dias. O ministro do TSE manda, ainda, que o Ministério da defesa informe qual foi a fonte dos recursos gastos com a auditoria.;
 
"[Determino] ao Ministério da Defesa que, no prazo de 48 (quarenta e oito horas) preste as devidas informações, mediante a apresentação de cópia dos documentos existentes sobre eventual auditoria das urnas, com a correspondente fonte do recurso empregado", escreveu Moraes na decisão.
 
Sem jamais ter apresentado provas ou sequer indícios de irregularidades, Bolsonaro e seus apoiadores atacam o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas, repetindo fake news já desmentidas pelos órgãos oficiais.
 
'Desvio de finalidade'

Na decisão, Moraes afirmou que é preciso avaliar se a conduta do Ministério da Defesa pode configurar desvio de finalidade.
 
"As notícias de realização de auditoria das urnas pelas Forças Armadas, mediante entrega de relatório ao candidato à reeleição, parecem demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral manifestada pelo Chefe do Executivo, podendo caracterizar, em tese, desvio de finalidade e abuso de poder", escreveu.
 
Argumento da Rede
 
A Rede argumenta que Bolsonaro busca desacreditar o sistema eleitoral e fragilizar o Estado Democrático de Direito.
 
O partido alega, também, que são recorrentes e inúmeros os ataques direcionados à legitimidade do sistema eleitoral, inclusive buscando atribuir às Forças Armadas a indevida função de Poder Moderador.
 
"Essa pretensão de envolvimento desvirtuado e direto das Forças Armadas no pleito eleitoral vem sendo instrumentalizada concretamente por meio de inúmeras 'sugestões' feitas este tribunal, a maior parte delas infundadas e sem qualquer suporte técnico, com o pretenso fim de dar maior confiabilidade ao sistema, sem nenhuma vulnerabilidade efetivamente apontar", argumentou o partido.



Com informações do Globo.com

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