13/06/2022 às 15h18min - Atualizada em 13/06/2022 às 15h18min

MPF pede prisão de médico condenado por fraudar morte de criança

Exame indicou morte encefálica forjado para que houvesse remoção de órgãos

Caso aconteceu na cidade de Poços de Caldas (MG); STJ acatou liminar que pedia a suspensão da execução da pena até o julgamento de mérito (foto: Divulgação)
O médico Álvaro Lanhez foi condenado, em abril deste ano, a 21 anos e 8 meses de reclusão pelo crime de homicídio qualificado após fraudar exames de morte encefálica de uma criança para extrair seus órgãos. O fato aconteceu em 2000, no município de Poços de Caldas (MG).

O Superior Tribunal de Justiça (STJ), no entanto, acatou liminar que pedia a suspensão da execução da pena até o julgamento de mérito do habeas corpus em favor do médico. O MPF entrou com recurso pedindo a imediata execução da condenação considerando “o alto grau de reprovabilidade e de culpabilidade do réu no caso concreto”.

Trecho da decisão que o condenou aponta que Lanhez e outros médicos faziam parte da chamada Máfia dos Transplantes. O grupo atuava na Irmandade da Santa Casa de Poços de Caldas retirando os órgãos e tecidos humanos dos pacientes para posterior revenda no mercado irregular de transplantes.
 
Caso Pavesi
 
O caso aconteceu em Poços de Caldas, no Sul de Minas, em 2000. À época, Paulo estava em um brinquedo e caiu de um a altura de 10 metros. Levado ao hospital, ele teve o exame que indicou a morte encefálica forjado para que tivesse os órgãos removidos. Segundo a denúncia feita à época, o menino ainda estava vivo quando os órgãos foram retirados. 
 
Segundo o Tribunal de Justiça do Estado (TJMG), Álvaro Ianhez, após contato de outro acusado, José Luiz Gomes da Silva, passou a auxiliá-lo nos procedimentos em relação à vítima, o que é proibido por lei.
 
Durante as 24 horas em que ficou no hospital até a declaração da morte cerebral, o menino recebeu medicamentos diversos, foi submetido a longa anestesia geral e recebeu doses excessivas de Dormonid, um forte sedativo.
 
A denúncia aponta ainda que o garoto não recebeu atendimento por toda a noite do dia 20 e manhã do dia 21 de abril de 2000, quando apresentou grave hipotensão sistólica. Os médicos acusados sabiam que ele era um potencial doador de órgãos, e trataram do assunto antes da morte ser confirmada.

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