20/05/2022 às 19h21min - Atualizada em 20/05/2022 às 19h21min
PF faz operação contra juízes e advogados do Ceará
Polícia apreendeu R$ 930 mil em espécie em escritório de advocacia; esquema pode ser bilionário
Polícia Federal apreendeu R$ 930 mil em espécie, sob suspeita de origem ilícita (foto: Divulgação/PF) Juízes federais, advogados, empresários e servidores públicos são alvos de uma operação da Polícia Federal (PF), deflagrada na manhã desta sexta-feira (20) em Fortaleza. O objetivo é desmantelar um esquema de corrupção que resultou em prejuízo bilionário à União.
Batizada de Skiagraphia, a ação cumpre 19 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região em domicílios investigados nas cidades de Fortaleza, Brasília, São Paulo, Recife e Dourados, no Mato Grosso do Sul.
Na operação, a Polícia Federal apreendeu R$ 930 mil em espécie em um escritório de advocacia em São Paulo.
As buscas visam a apreensão de documentos e mídias para instrução de Inquérito Policial para individualização da atuação dos suspeitos nos crimes investigados.
De acordo com o titular da Delegacia Regional de Combate à Corrupção, Alan Robson, o diretor do escritório suspeito de envolvimento no esquema era ex-diretor da Justiça Federal e tinha "grande influência" entre juízes.
"Ele era ex-diretor da Justiça Federal. Saiu da Justiça Federal e foi implantado no escritório de advocacia que tinha uma movimentação atípica. E ele tinha forte influência na Justiça", afirmou o delegado.
As investigações apontam indícios de participação de magistrados, advogados e empresários devedores do Fisco Federal em ações em curso na Justiça Federal entre os anos de 2012 a 2016 e que resultaram em prejuízo bilionário aos cofres da União.
Ainda conforme o delegado Alan Robson, estão entre os alvos da ofensiva um juiz assessor da presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e um magistrado aposentado.
Falsificação e dinheiro suspeito
Segundo a PF, são investigadas ilicitudes na condução de processos de execuções fiscais dos grandes devedores da União; vínculos suspeitos entre magistrados e advogados; fluxo financeiro suspeito; e falsificação documental com simulação de intimações da União, com prejuízo à Fazenda Nacional em benefício de empresários.
Se confirmados os crimes, os investigados poderão responder por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas que podem chegar até 42 anos de prisão.
Com informações do Diário do Nordeste e G1/CE