Você já ouviu falar em planejamento patrimonial? Se sim, tenho certeza que ou ouviu muito pouco ou não tem a menor ideia do que realmente seja e de como ele acontece.
E para entender o que é um planejamento patrimonial, primeiramente precisamos entender o porquê ele é tão necessário.
O Brasil é um País que ainda está engatinhando em termos de planejamento patrimonial.
Somos um País subdesenvolvido, de território de proporções continentais e de grande desigualdade social.
Até bem pouco tempo, o maior sonho do brasileiro era a aquisição de sua casa própria. Com o decorrer dos anos e com a implementação de políticas públicas voltadas para combater essas desigualdades, muitas pessoas foram ascendendo de classe social, oxigenando e melhorando cada vez mais a economia em razão da maior circulação de capital em todos os seus seguimentos.
Essas circunstâncias econômicas permitiram, além do grande crescimento da classe média, que essas pessoas não só realizassem o sonho da aquisição da casa própria, mas também que fossem aumentando o seu patrimônio. E aqui falamos não apenas de patrimônio imobiliário, mas também de investimentos financeiros.
Cada vez mais as famílias brasileiras têm buscado investir no mercado de bolsas, antes utilizado apenas pelos detentores de grandes fortunas, como meio de obter uma renda extra e incrementar o orçamento familiar.
Todavia, esse crescimento que houve da classe média e do seu patrimônio, não foi acompanhado da conscientização acerca da possibilidade de preservação e perpetuação desse patrimônio, e muito menos de proteção em face de eventuais problemas e especialmente da alta carga tributária de nosso País.
Esses eventos inesperados põem em xeque o patrimônio arduamente conquistado ao longo dos anos, deixando-o altamente vulnerável aos reveses de ordem financeira, econômica e familiar, arriscando o futuro e a estabilidade financeira das famílias.
Crises econômicas, demandas judiciais, problemas de saúde e disputas familiares, são alguns exemplos de incidentes que podem dilapidar grande parte do patrimônio. Quem algum dia imaginou que poderíamos passar por uma pandemia mundial? Que pessoas tão jovens pudessem ter suas vidas abreviadas? Que um vírus causaria um colapso global na economia? A pandemia é um retrato de coisas inesperadas e inimagináveis que podem afetar as nossas vidas e, caso não estejamos preparados para isso, as pessoas que mais amamos, nossos filhos e nossos familiares, é quem mais sofrerão as consequências.
Além da dor da perda do ente querido, os que ficam se deparam com uma situação caótica e burocrática para assumir os negócios familiares, já que a grande maioria das empresas brasileiras são familiares, e ainda precisam enfrentar um vilão que rouba grande parte do patrimônio conquistado por toda uma vida: o processo de inventário.
Entretanto, o que a maioria das pessoas não sabem, é que existe uma solução acessível, prática e econômica para tudo isso, que é exatamente o Planejamento Patrimonial.
O planejamento patrimonial nada mais é do que um sistema desenvolvido para proteger o patrimônio adquirido, com as vantagens de redução da carga tributária, além de planejar a sucessão e evitar o famigerado inventário.
Aliás, esse talvez seja o maior dos benefícios de se realizar um planejamento patrimonial: a desnecessidade de se passar pelo custoso, demorado, doloroso, oneroso e interminável processo de inventário!
A experiência nos mostra que cerca de 30% a 50% do patrimônio é desfeito para custeio da sucessão.
É nesse ponto que observamos a ocorrência de um fenômeno inverso ao que tratamos no início. As gerações seguintes de quem acumulou alguma riqueza ao longo da vida, estão sendo rebaixadas de classe social pela erosão patrimonial causada pelo inventário.
Quem realiza um planejamento patrimonial deixa, em vida, todas as questões sucessórias resolvidas, evitando as grandes discussões e intermináveis brigas judiciais que destroem as relações familiares, com o bônus de não precisar pagar os impostos e despesas cartorárias que incidem sobre o inventário.
Fazer um planejamento patrimonial é, portanto, adotar um sistema capaz de impedir os males causados pelos mecanismos de sucessão ordinárias, especialmente o procedimento do inventário e, ao mesmo tempo, conferir proteção ao patrimônio dos infortúnios de ordem financeira e econômica, além de trazer inúmeros benefícios de ordem fiscal pela redução da carga tributária incidente sobre esses bens.
Assim, quanto mais tomamos consciência da impostãncia de se ter um planejameto patrimonial, dos benefícios que ele proporciona e, principalmente, dos males que ele evita, entendemos que fazer uso dessa poderosa ferramenta nos dias de hoje já não é mais uma escolha, mas sim uma necessidade.